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Chuvas no Rio: Sistema de alerta evita catástrofe em Angra dos Reis



fonte_odiaO DIA
Torpedo chegou a 3.400 celulares. Cidade está em estado de emergência.
Diversos bairros ficam alagados e moradores sofrem com a força da água. Xerém, distrito de Duque de Caxias, foi o lugar mais afetado
A trágica experiência das últimas enxurradas em Angra dos Reis, no litoral sul-fluminense, evitou que o temporal desta quinta-feira se transformasse em catástrofe na região. Um sistema de alerta criado nas regiões mais críticas da cidade disparou mensagens para os celulares de 3.400 moradores, alertando para o risco de deslizamentos.
Mesmo com o aviso, a Defesa Civil do município retirou duas mil pessoas de suas casas em 15 bairros. Outros três moradores ficaram feridos levemente. Cenário de destruição há dois anos, quando 19 pessoas morreram em desabamento, a Ilha Grande não foi afetada pela chuva das últimas horas. A enxurrada deixou suas marcas por toda a cidade e oito casas foram completamente destruídas pelos deslizamentos de terra.
No total, 160 pessoas estão desabrigadas no município e foram levadas para quatro locais provisórios de acolhimento para as vítimas. A força das águas fez com que mar e terra se misturassem: barcos foram arrastados para o meio da rua e pararam em pontos de ônibus.
Telefones cadastrados
A prefeita Conceição Rahba disse que recebeu o torpedo às 3h40. “O aprendizado veio com problemas anteriores. Cadastramos os telefones dos moradores, o que evitou problema maior” disse a Conceição, que decretou estado de emergência e pede que doações sejam enviadas para o Colégio Estadual Artur Vargas. A Defesa Civil municipal montou gabinete de crise e a maioria dos 44 chamados foram das regiões de Santa Rita, Bracuí e Mambucaba.
Já a Defesa Civil do estado informou ontem que cerca de 20 mil habitantes de Angra foram afetados pelo temporal, ou seja, tiveram sua rotina alterada em consequência da chuva. O tempo fechou em Angra nas primeiras horas da madrugada. Choveu 200 milímetros em apenas 14 horas, o equivalente ao índice pluviométrico de todo o mês de janeiro de 2012. Na cidade vizinha, Mangaratiba, pedras rolaram da encosta e interditaram trecho da BR-101. Dezenas de moradores foram retirados de suas casas pela Defesa Civil em Conceição de Jacareí, mas não foi registrado nenhum ferido.
Em Angra dos Reis, embarcações invadiram as ruas
Enchente em Teresópolis e Serra fechada
Em Teresópolis, o Rio Paquequer, no bairro do Caxangá, transbordou, várias casas foram alagadas e 206 pessoas, encaminhadas a pontos de apoio. Sirenes de cinco áreas de risco foram acionadas. Segundo a Defesa Civil, 50 pessoas estão desalojadas no município. O trecho da Serra entre os Km 89 e 104 da Rio-Teresópolis-Além Paraíba foi fechado às 16h40, para evitar acidentes, e aberto por volta das 19h. Houve queda de barreira na comunidade da Coreia, no bairro Meudon, mas nenhuma casa foi atingida. A prefeitura mobilizou equipes para mutirão de limpeza e retirada de lama das ruas.
Cantor Zeca Pagodinho prestou ajuda a vítimas em Xerém, distrito de Caxias
Petrópolis: 30 desalojados
Cinco mil pessoas foram afetadas pela chuva em Petrópolis, na Região Serrana, sendo que 30 estão desalojadas. A Defesa Civil Municipal registrou 44 ocorrências até o início da noite desta quinta-feira. Os bairros mais afetados foram o Alto Independência e o Morin, onde o sistema de alerta foi acionado na madrugada. No bairro Siméria, duas casas foram destruídas por deslizamentos de terra, três foram parcialmente danificadas e outras três interditadas, deixando oito famílias desalojadas.
Parte de Magé sem ponte e sem trem
A chuva forte também castigou o município de Magé, que está em estado de alerta desde a madrugada desta quinta-feira. Um dos pilares de sustentação da ponte da Estrela de Raiz da Serra cedeu, e o trecho teve de ser interditado, devido ao risco de desmoronamento. Também ficou suspensa a ida de trem até a região. O trajeto foi mantido apenas até Piabetá. No bairro de Raiz da Serra, seis casas foram inundadas, e a força da água arrancou o calçamento da Rua Projetada Rio Madalena.
O prefeito Nestor Vidal acompanhou os trabalhos da Defesa Civil. Na Alameda Nelinha, a varanda e parte da estrutura da frente de uma casa desabaram, deixando uma família desalojada. Segundo o Climatempo, em apenas 24 horas, choveu 145,4 milímetros na localidade.

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