Operação no Rio gerou confronto entre PF e Polícia Civil

O chefe de Polícia Civil, delegado Allan Turnowski, deixou o cargo no Rio de Janeiro
O chefe de Polícia Civil, delegado Allan Turnowski, deixou o cargo no Rio de Janeiro
Após uma conversa na manhã desta terça-feira (15/02) com o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, o chefe de Polícia Civil, delegado Allan Turnowski, deixou o cargo. Os dois concluíram que esta seria a decisão mais adequada para preservar o bom funcionamento das instituições.
O secretário aproveita a ocasião para agradecer publicamente pela dedicação e pela fidelidade do delegado Turnowski durante sua gestão.
Em um ano e dez meses de trabalho no comando da Polícia Civil, Allan implantou projetos que contribuíram para a redução da criminalidade no Estado. Neste período, a Polícia Civil ganhou uma delegacia exclusiva para investigação de homicídios; aprimorou o atendimento nas delegacias distritais através do Dedic; fez prisões importantes contra a milícia; reduziu em taxas inéditas o roubo de veículos no Estado; além de melhorar a produtividade das delegacias quanto ao número de inquéritos relatados com autoria.
O secretário gostaria de reforçar que eventuais mudanças na equipe não vão prejudicar o compromisso assumido com a sociedade, que é o de fazer do Rio um lugar cada vez mais seguro.
Operação no Rio gerou confronto entre PF e Polícia Civil
Os bastidores da Operação Guilhotina, deflagrada no dia 11 no Rio, revelam situações de confronto entre a Polícia Federal, no comando das ações, e a cúpula da Polícia Civil, alvo da investigação.
A partir da operação, 44 pessoas –entre elas 32 policiais civis e militares– foram denunciadas à Justiça sob suspeita de cometerem crimes como desvio de armas apreendidas e vazamento para criminosos de informações.
Também resultou no indiciamento do ex-chefe da Polícia Civil Allan Turnowski, que deixou o cargo na semana passada suspeito de passar informações sobre a Operação Guilhotina. Turnowski nega.
A operação começou a ser montada em setembro de 2009. Naquela época, o vazamento de informações sobre a Operação Paralelo 22, que a PF faria contra traficantes da Rocinha, intrigou os agentes. A PF havia pedido o apoio das polícias Civil e Militar.
A Polícia Federal solicitou ajuda para prender Magno Pereira, policial da Dcod (Delegacia de Combate às Drogas) infiltrado no tráfico. Os federais descobriram que ele tinha se transformado em um informante dos traficantes. Recebia R$ 100 mil por mês.
Segundo a PF, o então chefe da Polícia Civil, Allan Turnowski, foi incumbido de organizar a busca por Pereira. Ele foi preso em 27 de agosto. A partir dos depoimentos de Pereira, a PF passou a trabalhar com escutas telefônicas. Uma das gravações mostra Turnowski conversando com um inspetor investigado –ele pede cuidado ao policial, dizendo que a Polícia Civil “era a bola da vez”.

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