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Na Bahia, Promédica e Unimed Salvador estão proibidas de oferecer novos planos de saúde


A Tarde
Operadoras alegam que a ANS não tem justificativa para suspender comercialização de planos.
A Promédica e a Unimed Salvador estão entre as 38 operadoras de saúde que ficarão impedidas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) de vender novos planos de saúde nos próximos 90 dias. O descumprimento dos prazos máximos para a realização de consultas, exames e cirurgias foi o motivo apontado para a decisão.
Enquanto a Promédica vai ser impedida de vender nove modalidades de planos de saúde, a Unimed Salvador terá de suspender a venda de sete planos. Ao todo, a ANS vai suspender a venda de 301 planos em todo o País. De acordo com a agência reguladora dos planos de saúde, os beneficiários de planos que tiveram o atendimento suspenso não serão prejudicados.
“Ao contrário, para que o plano possa voltar a ser comercializado, é necessário que a operadora passe a observar os prazos máximos para atendimento”, informou em nota a ANS. ”Para o consumidor, o impacto é positivo porque vai exigir das empresas a oferta de serviços de melhor qualidade. O impacto negativo é restrito às pessoas que iriam ingressar em um plano corporativo e agora terão que esperar três meses”, diz Sérgio Schlang Alves, advogado especialista em direito do consumidor. “É salutar que os que não estão cumprindo adequadamente as suas funções sejam penalizados”.
Explicações
De acordo com o diretor administrativo e financeiro da Promédica, Jorge Oliveira, o número de reclamações por prazo não justificaria a ação da ANS. Já a Unimed Salvador deu sua versão para a medida da ANS por meio de nota à imprensa. “Não obstante, é preciso esclarecer que a medida da ANS atinge somente 23% dos planos de saúde comercializados pela Unimed Salvador; e que não altera em nada a normalidade dos atendimentos médicos e hospitalares aos usuários atuais de nossos planos de saúde”, diz trecho do comunicado.
Em relação às dificuldades de cumprir os prazos máximos de agendamento de consultas, a Unimed Salvador alegou, “sobretudo, as dificuldades e limitações da rede médica e hospitalar em Salvador, tais como grave déficit de profissionais em algumas especialidades e número insuficiente de leitos hospitalares e de UTI”.
“Qualquer procedimento médico é uma dificuldade para a Unimed Salvador. Sou funcionária da Infraero e já tive que acionar a Unimed nacional para ser atendida aqui. Não encontro médicos querendo atender por este convênio”, lamentou a analista de sistemas Ruth de Oliveira, que precisou trocar de obstetra para realizar o parto de seu segundo bebê. Com 89 mil e 33 mil usuários, a Promédica e a Unimed Salvador têm juntas 4,69% dos 2,6 milhões de usuários de planos de saúde na Bahia.

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