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Violência em alta nas cidades turísticas da Bahia afasta visitantes


Correio
Esse aumento não só tem afastado turistas como prejudicado a população que vive nesses locais.
Segundo a polícia, a ação teria sido orquestrada por traficantes do município
No lugar de belas praias e atrativos que convidam turistas mundo afora para conhecer a Bahia, ônibus incendiados e depredados, assaltos, restaurantes arrombados e toque de recolher. Essas cenas de violência – que nada têm de turísticas – têm sido registradas com cada vez maior frequência em paraísos naturais como Porto Seguro, Itacaré, Praia do Forte e Morro de São Paulo.
Esse aumento não só tem afastado turistas como prejudicado a população que vive nesses locais. Porto Seguro, no Extremo Sul, onde em novembro foram registrados ataques violentos como ônibus incendiados, foi avaliada pelo Mapa da Violência 2012, do Instituto Sangari, como a 5ª cidade mais violenta do país. No ranking estadual, ela alcançou o 2º lugar, perdendo apenas para Simões Filho.
Com população média de 123.695, o município registrou, de 2008 a 2010, uma taxa de 108,3 homicídios por 100 mil habitantes. Já o número de tentativas de homicídio, segundo dados do Centro de Documentação e Estatística Policial (Cedep), disponibilizado no site da Secretaria da Segurança Pública (SSP), saltou de 10 em 2007 para 36 em 2010 – aumento de 260%.
“É um impacto negativo. Tudo que não é bom para a sociedade é ruim para o turismo. Infelizmente, a maioria das ocorrências acontece nos bairros populares. A violência de maior impacto ocorre nos bairros mais periféricos, mas nenhuma área da cidade está livre”, alerta o secretário estadual de Turismo, Domingos Leonelli.
De acordo com Leonelli, uma pesquisa realizada pela secretaria constatou que uma notícia de violência de qualquer cidade do mundo impacta negativamente. “Com essas notícias, as pessoas com intenção de viajar repensam o destino turístico para o qual iriam inicialmente”, diz.
O turismo é, para o secretário, uma combinação de ação econômica e social que gera emprego e ajuda a reprimir o tráfico. “Houve uma mudança de qualidade no quadro da violência com o advento do crack. Nunca existiu uma droga tão barata e devastadora. O crack em pouco tempo provoca dependência e efeitos que despertam para a violência”.
Causas
Para o secretário de Segurança Pública, Maurício Barbosa, o aumento do consumo e do tráfico de drogas nestes locais está relacionado com o alto volume turístico. Nas localidades de Morro de São Paulo, no Baixo Sul, e Praia do Forte, no Litoral Norte, a violência é resultado do tráfico, segundo o secretário.
“Estamos fechando um projeto para melhorar nossa atuação no que se refere ao panorama turístico. Onde há consumo, há a figura do traficante. Precisamos fazer é um fortalecimento na investigação das quadrilhas de tráfico que atuam nessas localidades turísticas, como também criar unidades destacáveis visando o atendimento ao turista”.
Segundo o delegado-chefe da Polícia Civil, Hélio Jorge, cidades turísticas não só sofrem com tráfico de entorpecentes como também são alvos de furtos e roubos. “Tendo em vista a incidência de turistas, se não é a droga, são furtos e roubos. Por isso, nesse período é desencadeada a Operação Verão, aumentando o reforço policial”, acrescenta.

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