Triste Bahia: em Jequié, “matamos um templo do pensar” para servir à PM




Antiga biblioteca passando por reforma. Foto: Gicult
Antiga biblioteca passando por reforma. Foto: Gicult
A antiga biblioteca municipal Newton Pinto de Araujo, situada na Avenida Rio Branco, estava abandonada há vários anos, mas agora – depois que Prefeitura iniciou uma reforma em sua estrutura, sobretudo no telhado – ela está bastante requisitada. Porém, desta vez não são os leitores que a procuram em grande quantidade, como no passado, mas sim algumas instituições que pretendem se instalar no local.
Conselho Comunitário apoia pleito da Academia de Letras. Foto: Gicult
Conselho Comunitário apoia pleito da Academia de Letras. Foto: Gicult
TransferênciaComo equipamento cultural, seria natural que o imóvel fosse destinado para alguma atividade deste setor. Com esta compreensão, a Câmara de Vereadores de Jequié aprovou por unanimidade, no dia 21 de maio deste ano, um requerimento do vereador Ednael Almeida, presidente da Câmara, solicitando a transferência do prédio onde Funcionou a Biblioteca para a Academia de Letras de Jequié (ALJ) em regime de comodato, atendendo a um pleito desta instituição que já ocupa uma sala no Museu Histórico de Jequié, mas com espaço inadequado para a ampliação de suas atividades leitoras. No documento aprovado pelos edis está escrito que a Academia de Letras, nesse local pleiteado, “facilitará aos jequieenses o acesso a obras específicas no campo da literatura”. Oficialmente, a informação sobre o teor deste documento do Legislativo foi entregue no Gabinete do Prefeito Luiz Amaral no dia 8 de agosto, através do ofício nº 127/12, assinado pelo presidente da Casa de Leis.FrustraçãoNesse ofício, o presidente Ednael também faz a seguinte comunicado ao prefeito: “Informo a V. Excia que comentários pairam na cidade dando conta que o prédio em questão poderá servir à Polícia Militar da Bahia o que materializado, constituirá em uma grande decepção e frustração aos acadêmicos que aguardam esperançosos o atendimento em requerimento pela Câmara Municipal de Jequié”.Apoio do ConselhoComo não há, ainda, uma resposta favorável do Executivo, integrantes da Academia saíram do plano da “decepção” para o da ação, como o fez o ex-presidente da entidade literária, o acadêmico Leonam Oliveira, que relatou o episódio na reunião de quarta-feira (3) do Conselho Comunitário e obteve o apoio desta organização social à reivindicação encaminhada pela Câmara, com o aval da ALJ.Outro localMuitas pessoas envolvidas com a cultura na cidade aprovam o pleito da Academia de Letras e discordam da posição do prefeito, como o ex-secretário municipal de cultura de Jequié, Benedito Sena (Bené). Segundo ele, a prefeitura deveria apoiar todas as iniciativas que estimulam a leitura e ampliam o conhecimento sobre a literatura regional. Por isso, acrescenta, o chefe do executivo e o Comando da PM deveriam buscar outro local para realizar o serviço de monitoramento que pretendem.
Fonte: Gicult

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