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Garoa ajuda a controlar incêndio na Chapada Diamantina, afirma Inema


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Área no centro-norte da Bahia é afetada por incêndio há mais de 10 dias. Mais de 25 mil hectares de mata foram atingidos pelo fogo.
Inema afirma que “estrago” na serra é “muito grande”
Uma garoa que caiu até as 12h desta segunda-feira (24) ajudou a controlar o incêndio na região que abrange cinco cidades da Chapada Diamantina, centro-norte da Bahia, que é afetada pelas chamas desde o dia 11 de setembro, segundo Ana Paula Soares, gestora da Área de Proteção Ambiental (APA), que faz parte do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema).
Segundo Ana Paula, mais de 25 mil hectares foram consumidos pelo fogo desde o início do incêndio. “Os focos foram controlados, mas ainda estão sendo monitorados pelo Corpo de Bombeiros. O incêndio chegou à região mais preservada, que é a região das montanhas, das matas, das nascentes. Ele foi bem difícil”, explica Ana Paula.
Segundo levantamento preliminar do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), o fogo afeta entre 20 e 25 mil hectares da Serra do Barbado, unidade de conservação ambiental da Bahia. No local, está o Pico do Barbado, que tem 2.033 metros de altitude. Os municípios de Rio de Contas, Abaíra, Rio do Pires, Piatã, Jussiape e Érico Cardoso fazem parte da região. Na Serra do Barbado, estão as nascentes de três dos principais rios do estado: Paraguaçu, São Francisco e Rio de Contas.
Difícil acesso
O secretário de Meio Ambiente da Bahia, Eugênio Spengler, sobrevoou no sábado (22) a área afetada. Em entrevista, o secretário informou que o objetivo do voo foi identificar onde estão localizados os principais focos do incêndio, além de observar a área que foi consumida pelo fogo. “Em conversa com o Corpo de Bombeiros e equipe de Meio Ambiente será possível traçar ações de reforço para os próximos dias”, afirma Eugênio Spengler.
O secretário observa que a região afetada pelo incêndio é de difícil acesso e que é necessário contar com apoio aéreo no combate às chamas. “Contamos com o reforço de dois helicópteros do Graer [Grupamento Aéreo da Polícia Militar] e de mais uma aeronave de monitoramento para identificação dos pontos a serem combatidos. Temos 75 bombeiros atuando, além de outros 55 que podem ser mobilizados a qualquer momento e 125 brigadistas voluntários”, relata.
Prejuízos
Além dos impactos ambientais, os incêndios na Chapada Diamantina causam prejuízos à saúde da população e à economia. De acordo com o secretário do Meio Ambiente, levantamentos preliminares indicam que entre os municípios de Abaíra e Rio de Contas já foram perdidos 10 mil pés de café em decorrência dos incêndios este ano. “É um dos melhores cafés que se produz no Brasil”, pontuou.
Com as queimadas, a qualidade do ar fica comprometida, aumentando a incidência de problemas respiratórios. Há ainda os impactos decorrentes da queima de vegetação nativa. “Afeta a proteção de nascentes, impacta na fauna, com animais morrendo ou fugindo de seu habitat natural para outro”, observou Eugênio Spengler.
Incêndios recorrentes
Sobre as causas do incêndio na região da Chapada Diamantina, o secretário de Meio Ambiente destaca que a situação de queimadas ocorre todos os anos e que, em 2012, complicações climáticas podem ter intensificado a situação. “Tivemos o agravamento da seca, como tem muita concentração de matéria orgânica com baixa umidade, o ambiente fica favorável à proliferação de incêndio. Há várias outras causas, nas propriedades rurais, por exemplo, muitos agricultores ainda utilizam manejo com fogo sem os cuidados necessários e acabam perdendo o controle do fogo”, pontua Eugênio Spengler. ”No sentido de reduzir as ocorrências de incêndio, temos uma série de ações sendo aperfeiçoadas, voltadas para a educação ambiental e sensibilização da comunicação local”, conclui secretário.

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