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Google+: Mais um fracasso, ou vítima de incompreensão?


Info Online
“O Google+ é uma aposta e poderemos saber se é um deserto ou não, se o medirmos com mais tempo”, diz especialista em redes sociais.
Estamos na era das redes sociais e da interconectividade: Facebook, Twitter, Tuenti. O conceito de web 2.0 domina agora a internet: onde antes havia um leitor, agora há um usuário; onde antes só se podia ler, agora se pode comentar e corrigir… E, dentro deste mundo, faltava para o Google cobrir o espaço das redes sociais, após comprar o YouTube, incorporar o Gmail como servidor de correio e desenvolver o Google Docs – agora Google Drive.
Dados divergentes
Por outra parte, a rede social do Google conta com cerca de 250 milhões de usuários, mas, segundo um relatório da “comScore” publicado por “The Wall Street Journal”, o tempo médio que os usuários passavam na rede social era unicamente de três minutos por mês.
Ícaro Moyano, diretor de redes sociais do grupo Prisa Noticias, grande especialista neste campo e com uma larga experiência, analisa: “O Google+ é uma aposta e poderemos saber se é um deserto ou não, se o medirmos com mais tempo. É óbvio que até agora o Google+ não encontrou seu espaço na camada social da rede, mas também é evidente que conta com uma base de usuários descomunal com a qual estabelecer um diálogo que atenda a suas necessidades e expectativas”.
Javier Arias, engenheiro sênior do Google+, vai na mesma direção: “Fixar-se em objetivos de que se conseguiu em uma semana não deixa de ser um dado anedótico para nós”.
Melhor compreendido
O próprio Arias diz que, talvez, uma das principais causas das opiniões negativas sobre esta plataforma é que não se compreendeu ou não se soube explicar corretamente em que consiste o Google+: “Há uma falha quando as pessoas interpretam o Google+ , que é tentar vê-lo como uma rede social, tentar compará-lo com outras redes sociais, sem levar em conta que o Google+ é mais do que isso”. Segundo ele explica à Efe, a plataforma não pode ser entendida como uma plataforma onde cada um compartilha o que quer, pelo menos não unicamente.
“Pretende-se unificar os diferentes serviços que a companhia pode oferecer em torno de uma plataforma que, por uma parte, permita afinar mais o comportamento de ferramentas como o buscador.
Se seus amigos recomendaram um site em particular, e você procura algo similar, o resultado virá antes que outros e com o aval de seus conhecidos, por exemplo”, explica. Outro dos objetivos é “permitir melhorar a comunicação entre usuários que usem os mesmos serviços e estejam vinculados dentro da rede, e que possam unificar e compartilhar calendários, álbuns de fotos…”
Para o mundo empresarial
Normalmente, se mede a importância que as redes sociais têm para as empresas em termos de se tem ou não perfil nesta ou naquela rede social, quantos seguidores tem ou como se comporta a respeito de se comunicar com o cliente.
Neste sentido, e entendendo o Google+ em mais planos do que apenas o de ser uma rede social, as ferramentas que oferece podem representar para as companhias uma solução em qualidade e custo. Nas palavras de Javier Arias, “as empresas que contratam o Google Apps imediatamente conseguem um Google+ de forma interna e podem utilizar os hangouts dentro da empresa”.
Estes hangouts são encontros entre usuários da rede em forma de videoconferência e podem ser de até dez pessoas, inclusive com a possibilidade de se publicar o conteúdo em vídeo, para que todo mundo veja o que outras pessoas estão falando.
Esta ferramenta, por exemplo, é orientada para ser uma solução de comunicação interna barata e útil dentro das empresas. A companhia configura um nível de privacidade, um círculo no qual estão seus funcionários ou clientes e pode se comunicar diretamente com eles através de várias ferramentas.
Se se entende como uma rede social e levamos em conta os dados atuais, o sucesso do Google+ é relativo, tanto que poderíamos falar de fracasso. No entanto, é uma plataforma que pretende oferecer mais coisas do que um “curtir” ou um mero espaço onde pôr quatro linhas e um vídeo. Outra coisa é que os usuários o entendam e, mais importante, gostem e aproveitem o seu potencial.

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