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Em meio a ameaças, EUA inauguram obra para recordar seu pior pesadelo

Estadao
Esquema de segurança reforçado e abertura de memorial em homenagem às quase 3 mil vítimas marcam décimo aniversário da série de atentados que pôs Washington na rota da guerra ao terror e das campanhas militares contra a rede Al-Qaeda, o Taleban e o Iraque.
Colunas de luz no Memorial ao 11/9 marcam o local exato onde se encontravam as torres gêmeas do WTC
Com a inauguração de um memorial em homenagem às vítimas do 11 de Setembro no Marco Zero e um reforçado esquema de segurança, os americanos celebram neste domingo em Nova York o décimo aniversário do maior atentado terrorista em território americano, responsável por quase 3 mil mortes.
Além destas vítimas, durante a guerra ao terror nesta década, 6 mil soldados americanos morreram nos conflitos no Afeganistão e no Iraque. Com um custo de US$ 4 trilhões, essas guerras, segundo estimativa da Universidade Brown, deixaram ao menos 225 mil mortos – incluindo 140 mil civis. O restante é composto por insurgentes, membros do Taleban e integrantes da Al-Qaeda. Entre eles, o líder da rede terrorista, Osama bin Laden, que morreu ao ser alvo de uma operação dos Seals, um agrupamento especial da Marinha americana, em maio.
“Hoje, os EUA estão mais fortes e a Al-Qaeda está a caminho da derrota. Nos últimos dois anos, mais líderes da rede terrorista foram mortos do que em qualquer outro momento desde setembro de 2001. E graças à precisão e coragem das nossas forças, finalmente fizemos justiça a Bin Laden”, afirmaria o presidente em seu programa de rádio deste sábado.
Na ação contra Bin Laden, foram encontrados documentos indicando que a Al-Qaeda planejava atentados contra os EUA no aniversário dos ataques contra o World Trade Center e o Pentágono. Desde a quinta-feira, o FBI, a CIA e a polícia de Nova York reforçaram ainda mais as ações antiterrorismo e estão atrás de suspeitos de um plano “crível, mas não confirmado”. “Também existe o temor de que um terrorista aja isoladamente”, de acordo com George Friedman, da Stratfor. O próprio presidente citou essa possibilidade recentemente.
Para evitar um novo ataque, a polícia de Nova York montou um gigantesco esquema de segurança no Marco Zero, onde o prefeito Michael Bloomberg receberá hoje seu antecessor, Rudolph Giuliani, Obama e o ex-presidente George W. Bush, além dos governadores e ex-governadores de Nova York e New Jersey.
Dois espelhos d”água com cascatas de mais de 3 metros de altura e os nomes das vítimas gravados nas bordas foram construídos nos locais exatos onde estavam as duas torres destruídas no atentado.
Os primeiros a visitar serão os familiares dos mortos nos ataques terroristas. No memorial, também haverá um museu. Dos cinco prédios do futuro WTC, apenas o 7 está pronto. Mas o de número 1 e principal já chegou ao 80.º andar e pode ser considerado hoje o edifício mais alto do distrito financeiro da cidade, devendo ultrapassar o Empire State, que fica em Midtown, antes do fim do ano.
“Já vimos as respostas políticas e militares aos atentados. Mas faltava uma resposta arquitetônica e ela deve ser dada por meio do otimismo e da liberdade. Por esse motivo, a torre terá 1.776 pés (541 metros) de altura, representando o ano da independência dos Estados Unidos”, disse nesta semana o arquiteto Daniel Libeskind, responsável pelo plano do novo World Trade Center.
O evento começará às 9h28 (horário de Brasília) e o primeiro a falar hoje será o presidente, seguido por Bloomberg, Bush e as demais autoridades. Os nomes de todas as vítimas do WTC, do Pentágono e do avião na Pensilvânia serão lidos por 167 pares de parentes dos mortos. Ao redor das 14 horas (horário de Braspilia), a cerimônia seria encerrada. Em seguida, Obama e sua mulher Michelle seguiriam para o evento em Shanksville, onde caiu o quarto avião que seria usado nos atentados. No fim do dia, em Washington, eles participariam de uma homenagem às vítimas do Pentágono.

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