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De olho na inflação, BC mantém ritmo e sobe juros para 12,5% ao ano

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Copom eleva a Selic em 0,25 ponto percentual e taxa básica atinge o maior patamar desde janeiro de 2009.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou nesta quarta-feira uma nova alta de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros da economia brasileira. Com isso, a taxa Selic chegou a 12,50% ao ano. No comunicado divulgado após o encontro, que começou na terça-feira, a autoridade monetária afirmou que “avaliando o cenário prospectivo e o balanço de riscos para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, neste momento, elevar a taxa Selic para 12,50% ao ano, sem viés”.

A novidade é que o BC retirou do comunicado a afirmação de que os juros subiriam por um “período suficientemente prolongado” de tempo, o que pode ser uma sinalização de que o processo de aumento da taxa de juros estaria próximo do fim. Essa foi a quinta elevação consecutiva da taxa de juros promovida pelo BC, sob o comando de Alexandre Tombini, e já era um movimento esperado e antecipado pelo mercado financeiro desde a última reunião do Copom em junho.
Nas duas primeiras reuniões de 2011, em janeiro e março, a Selic havia sido elevada em 0,5 ponto percentual. Em abril e em junho o BC reduziu o ritmo e elevou os juros em 0,25 ponto percentual.
Com o aumento promovido nesta quarta-feira, o Banco Central segue a trajetória de ajuste da economia com a taxa de juros atingindo o maior patamar desde janeiro de 2009. Naquele período a Selic estava em 12,75%, mas com tendência de queda, confirmada nos meses seguintes (ver gráfico) até atingir 8,75% ao ano em julho de 2009. A Selic permaneceu inalterada neste patamar até abril do ano passado, quando a autoridade monetária deu início a um novo ciclo de elevação nos juros.
Na avaliação de analistas, a decisão do Copom de elevar a Selic em 0,25 ponto percentual ao invés de adotar um ajuste mais forte está baseada nos indícios de moderação no ritmo de expansão da atividade, sinalizada após a divulgação de alguns indicadores importantes como o IPCA-15 e o IBC-Br, por exemplo, que apresentaram recuo nas últimas medições.
Para os analistas essa estratégia de elevação dos juros pode se estender com uma nova alta de 0,25 ponto percentual até o fim do ano. Essa decisão, segundo os especialistas, deverá ser adotada em conjunto com ações macroprudenciais adicionais para conter demandas específicas de consumo e crédito mas com impacto menor nas contas públicas e no comportamento do mercado de câmbio.
Controle da inflação
O Copom utiliza a Selic como instrumento de controle da inflação por meio da moderação da oferta de crédito e, por consequência, do consumo. Em um cenário de economia aquecida, a procura por bens e serviços cresce e há dificuldade para a indústria, o comércio e o setor de serviços suprirem as demandas dos consumidores na mesma intensidade do aumento da procura.
Como a demanda e a oferta não têm o mesmo ritmo, os preços acabam subindo, gerando inflação. Ao elevar a taxa básica da economia, o BC busca estimular a poupança interna e conter a expansão excessiva da demanda por bens e serviços.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 6,71% em 12 meses encerrados em junho. Esse resultado supera a meta fixada pelo governo para este ano, que tem centro de 4,5% e limite superior de 6,5%.
Em recente declaração, o presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou que a expectativa é que o ritmo de elevação dos preços perca força nos próximos meses e que a inflação convirja para o centro da meta estipulada pela autoridade monetária somente em 2012.

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