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‘Estamos sem tempo’, diz Obama sobre acordo para evitar calote

O Globo
Líder republicano decidou abandonar negociações com a Casa Branca. Governo precisa de acordo para aumentar teto da dívida e evitar calote.
Obama disse que não vai declarar moratória da dívida pública em nenhuma hipótese
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta sexta-feira (22) que o porta-voz da Câmara e líder do partido Republicano, John Boehner, abandonou as negociações para um plano de redução da dívida dos Estados Unidos, e que tempo para chegar um acordo está acabando. ”Estamos sem tempo”, afirmou o presidente em discurso na Casa Branca.
O presidente afirmou que convocou Boehner, os líderes da maioria do Senado, Larry Reid, da minoria na mesma casa, Mitch McConnell, e a líder da minoria na Câmara, Nancy Pelosi, para uma reunião na manhã deste sábado, quando eles serão chamados a “explicar como vamos evitar o calote”.
“Eu continuo confiante de que vamos conseguir uma extensão no limite da dívida e não vamos declarar default”, afirmou Obama. Obama afirmou ser difícil entender por que Boehner decidou deixar as negociações. “O que tínhamos oferecido era um plano com mais de US$ 1 trilhão em cortes, domésticos e de defesa, mais US$ 650 milhões em cortes em seguridade social, Medicare, Medicaid (programas de saúde)”.
De acordo com ele, o plano rejeitado por Boehner atendia mais aos interesses dos republicanos que o plano do “Grupo dos Seis”, que vem sendo negociado por parlamentares republicanos e democratas. Em uma carta enviada aos congressistas, segundo a rede de televisão “CNN”, Boehner afirmou que as conversas haviam se tornado inúteis como resultado da determinação de Obama de elevar impostos. “O presidente é enfático de que os impostos devem ser elevados”, afirmou o parlamentar.
Escolhas difíceis
Mais cedo, em discurso na Universidade de Maryland, Obama afirmou que estava preparado para fazer “escolhas difíceis” por um acordo de redução da dívida e evitar que o país entre em default, mesmo em meio a alertas de democratas para que Obama não faça muitas concessões. ”Estou propenso a assinar um plano que inclui escolhas difíceis, algo que não faria normalmente, e há uma série de democratas e republicanos no Congresso, os quais acredito desejarem a mesma coisa”, disse ele.
Sem que um acordo pareça iminente, Obama enfrentou um número crescente de queixas dos próprios democratas sobre a formação de um acordo que poderia representar dolorosas restrições à saúde pública e programas ligados à previdência, mas não elevariam impostos imediatamente.
O secretário do Tesouro, Timothy Geithner, reuniu-se nesta sexta-feira com o chairman do Federal Reserve (Fed), Ben Bernanke, e com o presidente do Fed de Nova York, William Dudley, para falar sobre as implicações de um fracasso do Congresso em elevar o teto do déficit. Eles permaneceram confiantes de que o Congresso agirá a tempo, afirmaram em comunicado conjunto.
Senado
O Senado dos Estados Unidos rejeitou nesta sexta-feira (22), por 51 votos contra 46, o plano de equilíbrio orçamentário que havia sido aprovado na terça-feira pela Câmara de Representantes. Ao impedir que a proposta siga em frente, os democratas esperam agilizar o processo para chegar a um compromisso aceitável para aumentar o teto da dívida, atualmente em US$ 14,29 trilhões, algo que deve ser concluído antes do prazo final de 2 de agosto.
O plano, chamado de “corte, limite, equilibre”, foi proposto pelos republicanos e propunha reduções imediatas e drásticas das despesas, bem como restrições para gastos federais no futuro. Além disso, condicionava a ampliação do teto de endividamento do país ao equilíbrio orçamentário. Era esperado que o plano não seria aprovado pelo Senado, onde os democratas são maioria. Além disso, o presidente Barack Obama havia afirmado que o vetaria.

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