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Boca-de-urna na França prevê derrota do presidente Sarkozy


Estadão
Colégios eleitorais franceses abrem para pleito presidencial. Últimas pesquisas divulgadas antes do fim da campanha eleitoral dão vantagem ao candidato socialista François Hollande.
Os colégios eleitorais abriram suas portas na França às 8h locais (3h de Brasília) deste domingo, 22, para o primeiro turno do pleito presidencial, para o qual se apresentaram dez candidatos ao cargo de chefe do Estado. As urnas permanecerão abertas até as 20h locais (15h de Brasília) nas maiores cidades do país, entre elas Paris, para receber os votos dos cerca de 45 milhões de eleitores convocados a exercer seu direito nesta eleição, cujo segundo e definitivo turno será realizado no dia 6 de maio.
As últimas pesquisas divulgadas antes do fim da campanha eleitoral, na sexta-feira à meia-noite, dão vantagem ao candidato socialista, François Hollande, seguido do presidente em fim de mandato, o conservador Nicolas Sarkozy. Os jornais dominicais apresentam em suas capas, sem publicar pesquisas de intenções de voto ou de possíveis resultados, que estão proibidos até o fechamento dos colégios, um resumo dos “desafios” dos presidenciáveis.
Por exemplo, a principal manchete do “Le Journal du Dimanche” é “Em quem votar?”, acompanhada de caricaturas dos candidatos, enquanto o “Le Monde” publicou um caderno especial para ajudar a compreender “os desafios do primeiro turno”. A votação começou já no sábado, 21, nos territórios franceses de ultramar e, embora os resultados oficiais definitivos devam ser anunciados somente na quarta-feira, os dados da apuração já serão conhecidos depois do fechamento dos colégios eleitorais.
Além de Sarkozy e Hollande, se apresentaram ao pleito outros oito candidatos, sendo que Jean-Luc Mélenchon, da Frente de Esquerda, e a ultradireitista Marine Le Pen, da Frente Nacional, disputam a terceira posição nas intenções de voto, de acordo com as pesquisas. Também concorrem a ecologista franco-norueguesa Eva Joly, a ultraesquerdista Nathalie Artaud, o centrista François Bayrou, o defensor da soberania Nicolas Dupont-Aignan, o trotskista Philippe Poutou e o gaullista de esquerda Jacques Cheminade.
Além de conhecer o nome dos dois candidatos disputarão o cargo no dia 6 de maio – se nenhum deles obter a maioria absoluta no primeiro turno – a atenção se volta hoje para a percentagem de participação, que algumas pesquisas apontaram pode alcançar um recorde. O nível máximo desde que em 1965 se estabeleceu a eleição do presidente da República por sufrágio universal direto foi batido em 2002, quando a abstenção alcançou 28,4% do eleitorado em uma votação na qual o ultradireitista Jean Marie Le Pen passou ao segundo turno, na frente do socialista Lionel Jospin.
Cinco anos mais tarde, em 2007, a abstenção foi de apenas 16,2% e socialistas e conservadores disputaram no segundo turno o acesso ao Palácio do Eliseu, com a vitória de Sarkozy sobre Ségolène Royal. A maioria das pesquisas estimou até sexta-feira que o número de pessoas que ainda não tinham decidido seu voto se situava quase em 30%, razão pela qual podem variar em grande medida as porcentagens atribuídas aos candidatos nas enquetes.

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