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Seca provoca racionamento de água em 56 municípios baianos


Correio
Em Vitória da Conquista, água só sai da torneira de dois em dois dias.
Perfuração de poços em Vitória da Conquista bate recorde
Se não se sabe quando a água vai cair do céu em Vitória da Conquista, no Sudoeste baiano, há pelo menos uma certeza: das torneiras, dois dias cai, os outros dois não cai. Desde terça-feira, essa é a rotina lá e em mais 56 municípios, que terão racionamento de água até que o período de chuvas chegue e consiga normalizar o nível das barragens e rios que abastecem a região afetada pela seca.
Os conquistenses enfrentarão o racionamento porque o nível das barragens está cada dia mais baixo. “Em abril, o calor foi tão forte que tivemos um aumento na irrigação e chegamos a um déficit de 60 mil m³ por dia”, conta Álvaro Aguiar, gerente da Embasa na cidade, referindo-se à diferença entre o que é captado pelo sistema de abastecimento e o que é consumido.
Segundo Aguiar, se o consumo continuasse neste ritmo, em cerca de 70 dias o município não teria mais água. A solução encontrada foi o racionamento. “Cortamos água para irrigação e reduzimos em 25% o abastecimento para consumo humano”. Deste modo, de acordo com a Embasa, a água deve durar até setembro. A Barragem da Água Fria I já entrou em colapso: o pouco de água que sobrou foi desviado para a Água Fria II, que está em 57% de sua capacidade.
Alternativas
Mesmo assim, a apreensão na cidade só cresce. Já que água não tem caído do céu, uma das alternativas tem sido buscar embaixo da terra. “A demanda pela perfuração de poços tá grande. Chegou a um ponto em que eu não estou conseguindo mais pegar mais nada”, diz o empresário do setor, Antônio Fernando Rocha, 46.
Sua empresa tem cinco máquinas disponíveis para a perfuração de poços que alcançam de 20 a 100 metros de profundidade, mas ele não está conseguindo dar conta. “Me ligam em pânico. Quando não tem espaço, tiram até o portão.No último lugar que eu fiz um poço, eles tinham umas cinco caixas de dois mil litros no fundo de casa, esperando a água cair da torneira para guardar”, conta.
Mas tem gente que a única solução é economizar água. A merendeira Edna Araújo, moradora do bairro de Kadija, é uma das afetadas. “Minha caixa é de 1.500 litros, mas sou econômica. A água que uso pra lavar roupa, guardo pra lavar a casa. E tomo banho rápido. Se todo mundo fizer a mesma coisa, a gente aguenta até setembro”, diz ela. (Foto: Blog do Anderson)

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