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“Ódio de Steve Jobs pelo Android era real”, diz biógrafo, negando declarações de Larry Page, CEO do Google

Info Online
“Vou gastar até meu último suspiro se for necessário. Vou gastar cada centavo dos 40 bilhões de dólares que a Apple tem no banco para resolver isso. Vou destruir o Android por que ele é um produto roubado.”, disse Jobs meses antes de morrer
Antes de morrer, Jobs profetizava uma "guerra termonuclear", entre a Apple e o Android, do Google
Em sua biografia de Steve Jobs publicada no ano passado, Walter Isaacson conta que o empresário odiava o Android e queria aniquilá-lo a qualquer preço. Nesta semana, porém, Larry Page declarou à revista Business Week que o ódio de Jobs era teatral. “Aquela atitude atendia aos interesses deles”, disse o CEO do Google. A afirmação foi prontamente refutada por Isaacson, para quem não havia nada de fingimento no comportamento de Jobs.
Isaacson fez uma apresentação nesta quarta-feira na Royal Institution, organização britânica voltada para a divulgação científica. Lá, ele comentou a declaração de Page, como relata o noticiário Cnet. Segundo o biógrafo, Jobs já se sentia magoado com a Microsoft, que ele acusava de ter copiado o sistema operacional do Mac no Windows.


Ele via, na expansão do Android, uma repetição da história do Windows, agora no campo dos smartphones e tablets. Para ele, o Google simplesmente copiou o iPhone. Ver o Android crescer e se tornar o liderar o mercado o deixava enfurecido. Frases citadas por Isaacson em seu livro não deixam dúvidas sobre isso:
“Vou gastar até meu último suspiro se for necessário. Vou gastar cada centavo dos 40 bilhões de dólares que a Apple tem no banco para resolver isso. Vou destruir o Android por que ele é um produto roubado. Vou mover uma guerra termonuclear”, disse Jobs. Em sua palestra na Royal Institution, Isaacson mencionou mais uma frase do empresário, não incluída no livro: “Não é uma questão de dinheiro. Eles não podem me pagar. Eu quero é destruí-los.”
A situação parece ter se acalmado um pouco com a troca do emocional Jobs pelo pragmático Tim Cook no comando da Apple. A empresa ainda briga, nos tribunais, com vários fabricantes de smartphones com Android, que ela acusa de roubo de propriedade intelectual. Mas a empresa parece, agora, estar mais disposta a fazer um acerto financeiro.
Quanto à afirmação de Larry Page de que o ódio de Jobs era teatral, ela parece atender aos interesses do Google, que certamente não quer entrar para a história como a empresa que copiou o iPhone. Além disso, o relato de Isaacson sugere que a fúria do fundador da Apple era dirigida principalmente a Eric Schmidt, o ex-CEO do Google que chegou a fazer parte do conselho de administração da Apple. Jobs considerava Schmidt um traidor.
O fundador da Apple chegou a ter um encontro cordial com Page antes de morrer, fato também relatado por Isaacson em seu livro. Page pediu conselhos a ele quando assumiu o posto de CEO, em abril do ano passado. O primeiro impulso de Jobs foi responder com um palavrão. Mas ele mudou de ideia quando lembrou que, em sua juventude, fora orientado por Bill Hewlett, um dos fundadores da HP. Um dos conselhos de Jobs a Page: “Não seja bonzinho demais como CEO.”

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