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Empresas de escândalo da propina fizeram contratos de R$ 434 milhões com o governo do Rio de Janeiro

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Locanty, Toesa, Rufolo e Bella Vista atuam em Segurança, Saúde e Administração Penitenciária, desde 2003. Aditivos correspondem a R$ 235 mi, mais da metade.
Renata Cavas, da Rufolo, forjava licitações
A Locanty Soluções, a Toesa Service, a Rufolo Serviços Técnicos e Construções e a Bella Vista Refeições Industriais, que protagonizaram a reportagem do Fantástico sobre propina no Estado do Rio, receberam R$ 434 milhões em contratos com a administração pública estadual desde 2003. O levantamento foi feito pelo gabinete do deputado estadual do Rio Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB).
O governo do Rio anunciou nesta segunda-feira o cancelamento de todos os contratos com as empresas envolvidas. Em todos os casos, os contratos iniciais tiveram aumentos consideráveis, que variaram de 64,4%, situação da Toesa, até 180%, da Locanty. Os negócios são nas mais diversas áreas do governo estadual e não se limitam à gestão Sérgio Cabral. Acontecem pelo menos desde 2003, quando a governadora era Rosinha Garotinho. O sistema de busca disponível aos gabinetes dos deputados não permite afirmar se há contratos anteriores a esse período.
Há contratos de prestações de serviços com a Polícia Civil, Secretaria de Segurança, Defensoria Pública, Secretaria da Casa Civil – órgão diretamente ligado ao governador –, Hospital Universitário Pedro Ernesto, da Uerj e a Secretaria de Administração Penitenciária, entre outras dezenas de órgãos públicos.
A maior beneficiária desses acordos oficiais é justamente a Locanty, que firmou 48 compromissos com o Estado, ou 12 por ano, no valor total de R$ 219,8 milhões. É curioso verificar que o valor original era apenas de R$ 78 milhões, um terço do montante final. Aditivos contratuais explicam a diferença que elevou os contratos a praticamente o triplo do inicialmente acordado. Os contratos mais vultosos individualmente da Locanty são com o Fundo Estadual de Saúde (FES) – R$ 16,9 milhões –, com a Faetec – R$ 8,9 milhões e R$ 5,7 milhões e com o Detran – R$ 4,86 milhões.
O presidente da Toesa, David Gomes, oferece propina para obter contrato com hospital
Em seguida, vem a Bela Vista, que soma R$ 154,5 milhões em acordos com o Estado. Entre os clientes principais estão a Secretaria de Administração Penitenciária (R$ 50,5 milhões), o Fundo Estadual de Saúde (R$ 26,9 milhões) e o Hospital Universitário Pedro Ernesto, da Uerj (R$ 12,5 milhões).
A Toesa acumulou R$ 30,55 milhões, no período, em contratos com o Estado do Rio. Quatro dos cinco contratos são com o Fundo Estadual de Saúde, representando 95% do total. O outro é com a Secretaria de Administração penitenciária, no montante de R$ 1,5 milhão.
Deputado pede auditoria especial em licitações das empresas
A Rufolo também atua principalmente junto ao Fundo Estadual de Saúde. Três dos quatro contratos da empresa são com o Fundo Estadual de Saúde, somando quase a totalidade dos R$ 28,97 milhões. O deputado estadual Luiz Paulo (PSDB), presidente da Comissão de Tributação da Assembleia Legislativa (Alerj) pediu ao presidente da Casa, Paulo Melo (PMDB), que envie ofício ao Tribunal de Contas do Estado solicitando a instalação de uma auditoria especial em todas as licitações em que as empresas estiveram envolvidas. ”É necessário que o governo verifique as atas dessas licitações para ver se não foram viciadas, com a formação de cartéis.”

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