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A MORTE DE UM AEROPORTO


Terminal Aeroviário Vicente Grilo, em Jequié
Era uma vez um aeroporto. Quando Jequié vivia dias felizes, isto é, quando era governada por administradores responsáveis,competentes – que colocavam realmente a cidade em primeiro lugar, acima de seus interesses pessoais e mesquinhos, tinha – se um aeroporto. Hoje, apenas sombras do passado; um retrato melancólico que envergonha um município que já alcançou o posto de terceira cidade mais desenvolvida da Bahia – a princesa do sudoeste baiano, que servia de orgulho para os seus filhos. Como eram belos os dias em que se via no céu azul jequieense barulho de pequenas aeronaves decolando e aterrissando – transportando passageiros num movimento de ida e volta- para outras cidades da Bahia. Mas, os tempos são outros e a decadência, nesse setor, é nossa companheira inseparável. Enquanto outras cidades do interior baiano vêm ampliando suas linhas e melhorando o seu sistema de transporte aeroviário (algumas já procurando operar com voos internacionais), ficamos a contemplar um aeroporto vazio, abandonado – imagem de um dos mais fiéis retratos de uma administração municipal alheia, irresponsável e descompromissada com o progresso desta cidade. Que pena que o que restou do nosso aeroporto ainda leve o nome daquele que, no passado, foi o grande empreendedor e benfeitor das terras jequieenses – o italiano Vicente Grillo. Seria de bom alvitre que se preservasse esse nome ilustre, retirando-o da placa de identificação dos restos mortais daquilo que um dia também representou o nosso desenvolvimento socioeconômico. A inércia da atual administração municipal é tão patente que sequer mobiliza a comunidade para o resgate de nossa história e dos áureos tempos de progresso e civilização. Na campanha eleitoral de 2008, ouvia-se do candidato Luis Amaral (hoje prefeito), em seu programa da rádio 15, frases de efeito do tipo: invocamos a proteção de Deus para iniciar esse programa, Jequié em primeiro lugar, iremos modernizar a nossa economia, temos um plano diretor para o desenvolvimento de Jequié, resgataremos o Rio das Contas, iremos construir a Jequié dos nossos sonhos etc. Agora, cabe a você cidadão jequieense tirar suas próprias conclusões. Exerça a sua consciência crítica, faça as suas leituras e perceba o que é verdade e o que é mentira – mero engodo de campanha política. Mas, antes disso, por pelo menos dez minutos contemple o Terminal Aeroviário Vicente Grillo. Assim procedendo, você o verá sem movimento comercial, sem dinâmica, abandonado, moribundo – sem vida própria. Ma, se nesse intervalo de tempo alguma aeronave decolar ou aterrissar, é em função de alguma atividade política, e, dificilmente, a serviço dessa população sofrida. À noite, em meio à escuridão, o terminal aeroviário fica mais solitário ainda. E, se nesse turno, algum piloto tentar fazer algum pouso, ele estará colocando em risco a sua vida e a de outrem. JEQUIÉ EM PRIMEIRO LUGAR. Quanta ilusão, quanto embuste, quanta ironia! Em meio a tanta inércia administrativa, o que nos contenta é que: como não há bem que sempre dure, também não há mal que nunca se acabe! Que pena que neste país a legislação eleitoral não conceda ao eleitor o direito de ir à urna (plebiscito) para avaliar o mandato do prefeito após dois anos de gestão! E, tomara que em 2012, Jequié seja contemplada com uma administração municipal comprometida com o seu desenvolvimento socioeconômico, sua história e sua gente; ressuscitando o AERPORTO VICENTE GRILLO – um dos símbolos da glória de um passado.
Exige-se muito do escritor quando se pede a ele que escreva a verdade.
Bertolt Brecht.
Professor Jorge Barros
Presidente da Comissão de Mobilização
Pró-UNERC
fonte: junior mascote

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