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Agricultores seguem acampados em protesto no aeroporto de Ilhéus


A Tarde
Cerca de 100 agricultores se revezam nas barracas instaladas na entrada do saguão do aeroporto desde a última sexta-feira, 10.
Um grupo de pequenos agricultores do sul do Estado continua acampado no Aeroporto Jorge Amado, em Ilhéus (a 456 km de Salvador), exigindo mudanças na demarcação de terras na região. Nos últimos 20 dias, mais de 18 propriedades particulares foram invadidas por índios e pessoas que se passam por indígenas.

Segundo os agricultores, famílias residentes em fazendas e sítios estão desabrigadas. O aeroporto funciona normalmente. De acordo com os manifestantes, o objetivo é manter o acampamento por tempo indeterminado com o intuito de encontrar uma solução para o conflito. “Esta é a nossa última ação. Se não houver resposta do governo, o cidadão dará a resposta”. É o que garante Luiz Henrique Uaquim, presidente da Associação dos Pequenos Agricultores de Ilhéus, Una e Buerarema.
Cerca de 100 agricultores se revezam nas barracas instaladas na entrada do saguão do aeroporto desde a última sexta-feira, 10. De acordo com o delegado da Polícia Federal Alex Cordeiro, até o momento nenhum incidente foi registrado. “A manifestação é totalmente pacífica e eles ocuparam o espaço que combinaram em reunião. A área externa do aeroporto e a entrada do saguão. A pista e a área de embarque e desembarque ficaram livres”, afirmou o delegado.
“Arrastão”
Na sexta, cerca de 300 policiais militares, civis e federais garantiram a ordem no local. Nesta sábado, 11, apenas 20 policiais acompanharam a movimentação dos manifestantes. Segundo Uaquim, uma reunião com o secretário estadual de Relações Institucionais, Paulo Cezar Lisboa, está marcada para amanhã, às 16h, para discutir medidas para solucionar o impasse. Na terça-feira, às 15 horas, está previsto um encontro com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em Brasília.

“Esperamos sair com resultados positivos. Caso contrário, mais de quatro mil pessoas farão um arrastão”, prometeu Uaquim, afirmando que uma comissão formada por representantes dos assentamentos da área do conflito, dos quilombolas e da associação que preside – de pequenos agricultores – vão participar das reuniões.
O protesto, afirma, tem duas exigências: a devolução imediata das 18 propriedades invadidas e a realização de uma mesa-redonda com representantes da Judiciário, governo e Fundação Nacional do Índio (Funai), para se reconstruir um relatório de demarcação de terras na região e pôr fim ao conflito iniciado no último dia 10, quando dois mil agricultores iniciaram a ação no centro de Ilhéus e seguiram até o aeroporto.
Cem pessoas estão credenciadas para ter acesso ao terminal de passageiros e acampar nas seis barracas que ficarão montadas até o fim do movimento. Segundo Uaquim, a discussão sobre uma nova demarcação das terras é a principal reivindicação do manifestantes.

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