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Em nova assembleia, professores da Ufba decidem manter greve


G1
310 professores votaram pela continuidade do movimento nesta terça-feira. Comando de greve quer que Ministério da Educação reabra as negociações.
Os professores da Universidade Federal da Bahia (UFBA) decidiram manter a greve em assembleia realizada na tarde desta terça-feira (7), na Faculdade de Arquitetura da UFBA, no bairro da Federação, em Salvador. As atividades estão suspensas há 78 dias.

De acordo Miguel Accioly, representante do comando greve, 310 pessoas votaram pela continuidade da greve, contra 29 que queriam o fim do movimento, além de quatro abstenções. Para ele, a proposta apresentada pelo governo “desestrutura” a carreira dos professores e traz perdas salariais a partir do ano de 2015. O coordenador informou que a categoria pleiteia um programa de carreira com percentuais fixos.


“A proposta foi encaminhada para o governo semana passada. Só que a “briga” agora é pela reabertura da negociação”, conta Miguel Accioly, lembrando que o Ministério da Educação afirmou que as negociações com os professores de universidades federais e institutos federais de ensino superior foram concluídas no dia 1º de agosto. A categoria marcou nova assembleia na quarta-feira (8) para discutir a pauta de reivindicações. A reunião acontecerá às 15h, também na Faculdade de Arquitetura da UFBA.
Pauta local
Os professores da Ufba se reuníram com a reitora da instituição Dora Leal Rosa, na manhã de segunda-feira (6), para discutir o encaminhamento da greve na unidade. De acordo com o professor Jair Batista, um dos responsáveis pelo comando de greve, o grupo protocolou um documento solicitando condições de trabalho para os docentes da universidade.
“Existem demandas em termos de gestão que a universidade quer mudar, uma delas é o aumento da carga horária, que sai de 8h para 12h. Nós informamos à reitora que os docentes não tem como cumprir esse novo horário em sala de aula já que nossa jornada também contempla o trabalho além sala de aula, como correção de provas, elaboração de projetos, análise de trabalho de conclusão, entre outros”, informou Batista. O professor disse que o grupo solicitou à instituição que as contas de todos os departamentos sejam transparentes e que mais verba pública seja inserida em ações de pesquisa e extensão para que se possa comprar novos equipamentos para laboratórios e novos livros para integrar as bibliotecas.
Reajuste salarial
O governo federal e a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes) assinaram na sexta-feira (3) o acordo sobre a proposta feita em 24 de julho a respeito do reajuste salarial e da reestruturação da carreira docente das instituições federais. Segundo a assessoria de imprensa do Ministério do Planejamento, a assinatura põe fim ao processo de negociação com a categoria, apesar de a maioria das assembleias de professores das universidades ter rejeitado a proposta. Ainda de acordo com o ministério, a postura do governo para os próximos dias será o de monitorar a reação da base docente, e a expectativa é que, aos poucos, os professores retomem as aulas.
O Proifes anunciou, na noite da quarta-feira (1º), que decidiu aceitar o acordo depois que uma consulta com 5.222 professores apontou que a maioria (74%) deles era favorável à proposta. De acordo com o presidente da entidade, Eduardo Rolim de Oliveira, o Proifes representa cerca de 20 mil professores em 77 campi pelo Brasil.
Já o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) e ao Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica Profissional e Tecnológica (Sinasefe) dizem que representam 65 mil docentes em quase todas as 59 universidades, 40 institutos de educação tecnológica e o Colégio Pedro II, no Rio. Nestas universidades e institutos, assembleias continuam rejeitando a proposta do governo.
Técnico-administrativos
O governo federal vai se reunir na tarde desta segunda-feira (6) com representantes dos servidores técnico-administrativos para negociar o fim da greve na categoria, que começou em 11 de junho. A reunião, segundo a assessoria de imprensa do Ministério do Planejamento, vai acontecer às 17h em Brasília e reunirá membros do governo e dos dois sindicatos que representam os funcionários.
Os técnicos dos institutos federais são filiados ao Sindicado dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), e a Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra), que fala em nome dos servidores das universidades. O Sinasefe também representa professores em algumas universidades, já que os docentes também são servidores federais. Porém, na maioria das instituições as duas categorias são separadas. A greve dos servidores que desempenham funções técnicas e administrativas faz parte do movimento nacional de paralisação de serviodres federais, e tem reivindicações diferentes das dos docentes.
De acordo com as entidades, todos os 40 institutos (incluindo os dois centros de educação tecnológica e o Colégio Pedro II, no Rio) e todas as 59 universidades federais aderiram parcial ou totalmente à greve, que já dura 56 dias.
As principais reivindicações dos servidores são o aumento do piso salarial em 22,8% e a correção das pendências da carreira desde 2007. O piso atual é de R$ 1.034. Os servidores fizeram uma greve de quase quatro meses no ano passado, mas não houve negociação com o governo e a paralisação foi encerrada.
No início de julho, o Ministério da Educação anunciou um prazo mais amplo para a efetuação das matrículas dos estudantes aprovados no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que contou com a participação de mais de 40 instituições federais em greve. Na ocasião, os servidores dos setores administrativos garantiram o funcionamento mínimo dos serviços prioritários das instituições, incluindo as matrículas para os ingressantes no segundo semestre.

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